A cidade respira: expressão!

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Esta semana apagaram um grafite pintado pelo skatista Anselmo Arruda em Itanhaém, no viaduto da CESP da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Com os dizeres “A pedra que canta também chora” a arte tocou na ferida do governo municipal. Para este carnaval, foram pagos mais de R$ 2 milhões em recursos públicos para a Escola de Samba Pérola Negra levar Itanhaém ao sambódromo com o tema “A pedra que canta também encanta”.

Em outras palavras, trata-se de censura a uma manifestação artística que, como tal, não nega seu posicionamento político. Um posicionamento político não partidário que contrapõe atos da prefeitura, feito em lugar público a fim de estimular reflexões. Isto é guerra de mídia, não se enganem. Opressão á mídia popular.

Escrevi este poema que está a seguir em apoio aos grafiteiros de Itanhaém. Com criatividade e crítica afiada, a galera tem se apropriado de espaços públicos com objetivos claros: mostrar sua arte para surpreender e fazer pensar.

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A cidade respira: expressão!

Ei você!
Que se expressa com arte.
Ei você!
Que o seu saber reparte.
Diz o que pensa,
sem medo de se arrepender.
Vender a alma não compensa,
um dia eles vão ver.
Se apegam a privilégios
e temem a realidade.
Oprimem sua criação
porque invejam sua liberdade.
Apagam seus dizeres
porque relatam outras verdades.
Você não é uma besta analítica.
Eles é que são mentes velhas e paralíticas.
Falam frases bonitas, de impacto,
como se o bem comum estivesse intacto.
Ei Você!
Que se expressa com arte.
Ei você!
Que com o meio urbano interage.
Tentarão lhe oprimir
e sua arte diminuir.
Escancare o que é subversão
e pinte por toda a cidade.
Mensagens do coração,
relate outras verdades.
A cidade canta e também chora.
Enquanto uns sambam, um monte implora.
Use o melhor de sua poesia,
mostre que a cidade também respira.
(Bruno Pinheiro – 16-02-2012)

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